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Os efeitos da imobilidade sobre o tecido ósseo

O texto foi feito tendo como base o estudo proposto no artigo Efeitos sobre o tecido ósseo e cartilagem articular provocados pelaimobilização e remobilização em ratos Wistar, publicado na Revista de Medicina do Esporte, disponível no site da Scielo.


O tecido ósseo, ao lado do tecido cartilaginoso, é responsável pela sustentação dos músculos e tecidos moles; pelo revestimento das articulações, onde funciona como um protetor contra choques mecânicos; atua também na proteção dos órgãos; no armazenamento de íons; na produção de células sanguíneas; e principalmente na composição dos ossos, formando o esqueleto. Em sua essência o tecido ósseo é formado por células e material extracelular calcificado, o que dificulta seu estudo devido à impossibilidade de cortar o tecido com o micrótomo, instrumento utilizado para o corte de células e tecidos em partes muito pequenas, sendo mais comum a descalcificação do tecido com fixador histológico comum.
O presente estudo teve como base a lei Wolff:
“Toda alteração no formato e na função dos ossos ou somente de sua função é seguida por certas alterações, definidas na sua arquitetura interna, e igualmente em sua conformação externa”.
Em suma, o exercício ativo pode alterar o peso, o comprimento e a idade óssea, dependendo da idade, do gênero e outras características de cada indivíduo, assim como a imobilidade provocada por falta de exercícios e por lesões neuromusculares pode provocar ulcerações no tecido cartilaginoso articular, isso por conta da perda de proteoglicanas, principais componentes do tecido cartilaginoso. Este artigo tenta emergir a importância de se acompanhar o comportamento do tecido ósseo, em especial da cartilagem articular, e do tecido ósseo periarticular, sob diferentes situações de remobilização. Destacando que o tempo de mobilização (exercícios fisioterápicos) deve ser maior do que o tempo de imobilização (recuperação do tecido ósseo avariado).
Para isso foi feita a imobilização dos membros posteriores de 12 ratos Wistar, machos, em plantiflexão, com algodão e fita adesiva, além de outro dispositivo feito de malha de aço e algodão.

Foi feita a divisão dos animais em dois grupos, cada um contendo 6 componentes.
O primeiro grupo permaneceu com o membro imobilizado por 15 dias, sendo sacrificados logo após o término deste período. Ao segundo grupo, além dos 15 dias de imobilização, foram aplicados, também, o mesmo período de remobilização livre na gaiola, alternando com três séries diárias de alongamento do músculo sóleo por 30s.
Para a realização do alongamento, os animais eram sedados éter etílico e posicionados em decúbito lateral, onde era realizada a dorsiflexão por 30s, por três vezes. Ao fim da remobilização os ratos foram sacrificados por decapitação em guilhotina, e os membros posteriores dissecados e fixados em formalina, durante quatro dias, para servir de material de estudo.
Depois os 24 membros foram mergulhados em ácido nítrico para a descalcificação do tecido ósseo. Descalcificado, o material foi desidratado, diafanizado, impregnado e incluído em parafina. Após tudo isso, foram realizados os cortes histológicos com o micrótomo. Com os cortes foram feitas lâminas usando o corante hematoxilina- eosina (HE).

Depois de todo este trabalho, percebeu-se que, no primeiro grupo, poucas foram as alterações na espessura do osso, do canal medular, da cartilagem articular, e no número de condrócitos, a variação mais significativa se deu com a queda do número de osteócitos. E no segundo, mesmo após o processo de recuperação, a redução continuou ocorrendo, e pior, nos dois membros, o que pode estar ligado à queda do metabolismo ósseo.

Referência:

PORTINHO. D.; BOIN. V. G.; BERTOLLI. G. R. F. Efeitos sobre o tecido ósseo e cartilagem articular provocados pela imobilização e remobilização em ratos Wistar. Rev Bras Med Esporte vol.14 no.5 Niterói Sept./Oct. 2008.



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